Foi o Conde de Faro dotado de excelentes virtudes, e somente no sangue irmão do Marquez de Montemor, a quem ele repreendeu nos seus delírios; porque na fidelidade, e prudência não cedeu a nenhum dos Senhores do seu tempo. El-Rei D. Afonso V o estimou, como a quem achava em toda ocasião com valor, verdade e amor. Assim na guerra e na Paz distinguiu o seu nome e as suas virtudes o fizeram inseparável companheiro del- Rei… (historia genealógica da Casa Real portuguesa, pp 110 parte III , cap I) .
A morte de D. Afonso V veio a mudar os venturosos ventos que até aí lhe sopraram tão favoráveis. Subiu D. João II ao trono, e pouco depois a conspiração dos Grandes levou o Duque de Bragança, seu irmão, ao cadafalso de Évora. Refugiou-se o Conde de Faro em Castela, embora se julgue alheio à conjura, e foi recebido pelos Reis Católicos. Em Portugal foi processado, à revelia, pelas justiças reais como co -réu do crime atribuído a seu irmão.
Deixou sucessão, de que foi primogénito D. Sancho de Noronha, que foi Conde de Odemira (com sucessão), e filho segundo D. Fernando de Faro, senhor do Vimieiro e mordomo-mor da rainha D. Catarina, que do seu casamento com D. Isabel de Melo teve D. Fernando e D. Dinis de Faro. Herdou o primeiro o senhorio do Vimieiro, e deu origem aos Condes deste título. D. Dinis de Faro casou com D. Luísa Cabral, filha de João Álvares de Caminha e de D. Isabel Cabral, c. g. na qual o título se renovou.
Foi dos primeiros 27 a receber a “Ordem da Torre e Espada”, nessa altura ainda só “Ordem da Espada”.
Foi 1º Conde de Faro (do Alentejo) D. Estêvão de Faro, nascido a 1550, teve mercê de D. Filipe III (IV) em 1617, tendo morrido a 12-II-1628, filho segundo de D. Dinis de Faro, neto do 1º Conde de Faro (Algarve), e de sua mulher D. Isabel Cabral.
Foi comendador de S. Salvador de Joanes, Santo André de Morais, Santa Maria de Quintela e S. Mateus do Sardoal, todos na Ordem de Cristo, vedor da fazenda conselheiro de Estado de Filipe II (III) e III (IV), e sucedeu na Casa de seu Pai por morte de D. João, seu irmão mais velho. Foi vedor da Fazenda na repartição da Índia e depois na de África, tendo revelado grande capacidade em ambos os cargos. Em 1614 deixou estas ocupações para, no lugar do Conde meirinho-mor, D. Duarte de Castelo Branco, assistir ao Conselho de Estado. Em 1616 foi a Valhadolid, onde foi recebido com muita honra pelo Rei. Até ao ano seguinte ali permaneceu, fazendo sempre parte do Conselho de Estado, e regressou depois a Portugal. Foi Filipe III(IV) que o elevou ao título do bisavô, como Conde de Faro (Alentejo), dando-lhe novamente a vedoria da Fazenda em Portugal. Em 1619 tomou parte nas Cortes reunidas em Lisboa. Casou com D. Guiomar de Castro, filha dos 4ºs Barões de Alvito; c. g.
(Nobreza de Portugal, Editorial enciclopédia lda, pp577,8 2º vol.)
Jaz no Mosteiro de Nossa Senhora da Luz, junto a Lisboa, de religiosos da Ordem Militar de Cristo.
Teve entre outros a D. Diniz de Faro, II Conde de Faro, e a Dona Luiza de Castro que casou com D. Duarte de Menezes, III Conde de Tarouca, por quem segue posteriormente a descendência e representação. (Historia genealógica da Casa Real portuguesa. Liv. VIII. pp 378/9).